Anomalia térmica em cidade de médio porte: estudo de caso da cidade de São José do Rio Preto, São Paulo

Autores

Palavras-chave:

Clima urbano, Conforto térmico, Anomalia térmica, Sensoriamento remoto

Resumo

Objetivo: avaliar anomalias térmicas na cidade de São José do Rio Preto, município de médio porte localizado no interior do estado de São Paulo. Métodos: o método utilizado é de sensoriamento remoto aliado a medições em estações meteorológicas, avaliando as temperaturas superficial e do ar no período de sete anos, em estação úmida e seca. Para o sensoriamento remoto foram consideradas imagens do satélite Landsat 8 OLI/TIRS C2 L1, e determinados os Índices de Vegetação por Diferença Normalizada (NDVI) e Temperatura Superficial (LST). Resultado: Os resultados demonstraram duas anomalias térmicas. A primeira, característica da estação climática úmida na região, pode ser entendida como uma ilha de calor superficial, onde o centro urbano é mais quente em comparação com as áreas rurais. Entretanto, a segunda anomalia, correspondente à estação seca, demonstrou uma inversão desses valores, com o entorno mais quente que o sítio urbano. Conclusão: O comportamento térmico observado pode ser consequência das características da vegetação natural da região, como também da cultura canavieira, que sazonalmente deixa o solo exposto, provocando a anomalia térmica.

Downloads

Referências

AKINYEMI, F. O.; IKANYENG, M.; MURO, J. Land cover change effects on land surface temperature trends in an African urbanizing dryland region. City and Environment Interactions, v. 4, n. 2019, p. 100029, 2019.

AMORIM, M. C. DE C. T. Ilhas de Calor Urbanas: Métodos e Técnicas de Análise. Revista Brasileira de Climatologia, v. 18, n. 1976, p. 361–376, 2016.

ANDRADE, T.; NERY, J.; MOURA, T.; KATZSCHNER, L. Urban Climatic Map Studies in Brazil: Salvador. In: NIKOLOPOULOU, M. Designing Open Spaces in the Urban Environment: a Bioclimatic Approach, 2015.

ARNFIELD, A. J. Street design and urban canyon solar access. Energy and Buildings, v. 14, n. 2, p. 117–131, 1990.

ASSIS, E. S. DE. Aplicações da Climatologia Urbana no Planejamento da Cidade: revisão dos estudos brasileiros. Revista de Urbanismo e Arquitetura RUA, v. 7, n. 1, 2006.

ASSIS, E. S. DE. A abordagem do clima urbano e aplicações no planejamento da cidade: Reflexões sobre uma trajetória. Encac, p. 92–101, 2005.

ASSIS, E. S. DE. Bases teóricas para a aplicação da climatologia ao planejamento urbano. IV Encontro Nacional de Conforto no Ambiente Construído, p. 134–139, 1997.

ASSIS, E. S. DE. Impactos da forma urbana na mudança climática: método para a previsão do comportamento térmico e melhoria de desempenho do ambiente urbano. Tese de Doutorado. Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2000.

BARROS, H. R.; LOMBARDO, M. A. A ilha de calor urbana e o uso e cobertura do solo em São Paulo-SP. Geousp – Espaço e Tempo (Online), v. 20, n. 1, p. 160–177, 2016.

BRITO F; HORTA, C. J. G.; AMARAL, E. F. L. “A urbanização recente no Brasil e as aglomerações metropolitanas.” In: Open Science Framework Preprints, 2018.

CASTILHO, F. J. V. Abordagem geográfica do clima urbano e das enfermidades em São José do Rio Preto/SP. Dissertação de Mestrado. Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, 2006.

Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (CETESB). Dados climáticos de São José do Rio Preto. Disponível em:

<https://qualar.cetesb.sp.gov.br/qualar/exportaDados.do?method=pesquisar>. Acesso em: 10/07/2021.

DUARTE, D. H. S. O impacto da vegetação no microclima em cidades adensadas e seu papel na adaptação aos fenômenos de aquecimento urbano. Contribuições a uma abordagem interdisciplinar. FAU USP, 2015.

DUARTE, D. H. S.; SERRA, G. G. Padrões de ocupação do solo e microclimas urbanos na região de clima tropical continental brasileira: correlações e proposta de um indicador. Ambiente Construído, v. 3, n. 2, p. 7–20, 2008.

FERREIRA, L. S. Vegetação, temperatura de Superfície e morfologia urbana - Um retrato da região metropolitana de São Paulo. Universidade de São Paulo, 2019.

FIALHO, E. S. Ilha de calor: reflexões acerca de um conceito. In: ACTA Geográfica, Boa Vista, Ed. Esp. Climatologia Geográfica, 2012.

GIVONI, B. Urban design for hot humid regions. Renewable Energy, v. 5, n. 5–8, p. 1047–1053, 1994.

GONÇALVES, J. C. S.; MULFARTH, R. K.; MONTEIRO, L. M.; MOURA, N. C.; PRATA, A. R.; MIANNA, A. C.; CAVALCANTE, R. Adensamento urbano e desempenho ambiental no centro da cidade de São Paulo. XI Encontro Nacional e VII Encontro Latino-Americano de Conforto no Ambiente Construído, n. 1, p. 1–10, 2011.

HUETE, A. R. Vegetation Indices, Remote Sensing and Forest Monitoring. Geography Compass, v. 6, n. 9, p. 513–532, 2012.

IBGE. Panorama do Município de São José do Rio Preto. Disponível em: <https://www.ibge.gov.br/cidades-e-estados/sp/sao-jose-do-rio-preto.html>. Acesso em: 10/07/2021.

Instituto Agronômico (IAC). Dados climáticos de São José do Rio Preto. Disponível em: <http://clima.iac.sp.gov.br/index.php/main/detalhar/44>. Acesso em: 10/07/2021.

LABAKI, L. C. et al. Vegetação e conforto térmico em espaços urbanos abertos. Fórum Patrimônio: mudanças climáticas e impacto das cidades, Belo Horizonte, v. 4, n.1, p. 23-42, 2011.

LEMOS, J. DE S. Espacialização da Ilha de Calor do Aglomerado Urbano da Região Metropolitana de Curitiba (AU-RMC) em agosto de 2006 a partir da termografia de superfície. Anais XV Simpósio Brasileiro de Sensoriamento Remoto - SBSR. Anais...Curitiba, PR, Brasil: 2011.

LIU, L.; ZHANG, Y. Urban heat island analysis using the landsat TM data and ASTER Data: A case study in Hong Kong. Remote Sensing, v. 3, n. 7, p. 1535–1552, 2011.

LOMBARDO, M. A. Análise das mudanças climáticas nas metrópoles: o exemplo de São Paulo e Lisboa. In: CORTEZ, A.; ORTIGOZA, S., orgs. Da produção ao consumo: impactos socioambientais no espaço urbano [online]. São Paulo: Editora UNESP; São Paulo: Cultura Acadêmica, 2009. p. 111 – 146.

MATOS, R. Migração e urbanização no Brasil. Revista Geografias, 7–23, 2012.

MONTEIRO, C.A.F. Teoria e Clima Urbano, São Paulo, IBEOG/USP. São Paulo, 181p, 1976.

MONTEIRO, C.A.F. The study of urban climates in tropical South America – The brazilian contribution. WMO – Techinical conference of urban climatology and its applications with special regard to tropical areas, México/DF, 1984.

MONTEIRO, F. F. et al. Assessment of Urban Heat Islands in Brazil based on MODIS remote sensing data. Urban Climate, v. 35, n. September 2021.

MONTEIRO, L. M. Modelos preditivos de conforto térmico: Quantificação de relações entre variáveis microclimáticas e de sensação térmica para avaliação e projeto de espaços abertos. Tese de Doutorado, FAU USP, 2008.

MONTEIRO, L. M. Conforto térmico em espaços urbanos abertos: verificações modelares como aportes à exploração de abordagens. 520p. Tese de Livre-Docência. FAU USP, 2018.

NDOSSI, M. I.; AVDAN, U. Application of open-source coding technologies in the production of Land Surface Temperature (LST) maps from Landsat: A PyQGIS plugin. Remote Sensing, v. 8, n. 5, 2016.

NG, E.; REN, C. The urban climatic map: A methodology for sustainable urban planning, Routledge, 2015.

NIKOLOPOULOU, M. Outdoor Comfort. In: STEEMERS, K.; STEANE, M. A. (Eds.). Environmental Diversity in Architecture. Oxford: Spon Press, 2004. chapter 7, p,101-119. OKE, T. R. Boundary Layer Climates. 2a ed, p. 460, 1987.

OKE, T. R. Canyon geometry and the nocturnal urban heat island: comparison of scale model and field observations. Journal of Climatology, n. 1, p. 237-254, 1981.

PAGE, J. K. Climate considerations and energy conservation. In: BACH, W.; PANKRATH, J.; WILLIAMS, J. Interactions of Energy and Climate. Dordrecht: D. Reidel Publishing, p. 73-88. 1980.

PEEL, M. C.; FINLAYSON, B. L.; MCMAHON, T. A. Updated world Koppen-Geiger climate classification map. p. 1633–1644, 2007.

QGIS. QGIS - A liderança do SIG de código aberto. Disponível em: <https://qgis.org/pt_BR/site/about/index.html>. Acesso em: 19 jul. 2021.

ROCHA, L. M. V.; SOUZA, L. C. L.; CASTILHO, F. J. V. Ocupação do solo e ilha de calor noturna em avenidas marginais a um córrego urbano. Ambiente Construído, v. 11, n. 3, p. 161–175, 2011.

SHIMOMURA, A. P.; LOPES, A. S.; CORREIA, E. Urban Climatic Map Studies in Brazil: Campinas. In: NIKOLOPOULOU, M. Designing Open Spaces in the Urban Environment: a Bioclimatic Approach. 2015.

SHINZATO, P.; DUARTE, D. H. S. Impacto da vegetação nos microclimas urbanos e no conforto térmico em espaços abertos em função das interações solo-vegetação-atmosfera. Ambiente Construído, v. 18, n. 2, p. 197–215, 2018.

SILVA, P. C. B. Identificação de anomalias térmicas por sensoriamento remoto em Cuiabá/MT. Dissertação de mestrado. Universidade Federal de Mato Grosso, Instituto de Física, Programa de Pós-Graduação em Física Ambiental, Cuiabá, 2016.

SOUZA, N. S. Análise de anomalias térmicas em função da geometria urbana em Cuiabá-MT. 2019. Dissertação de Mestrado. Programa de Pós-graduação em Física Ambiental, Universidade Federal do Mato Grosso, Cuiabá, 2019.

TERJUNG, W. H.; O’ROURKE, P. A. Simulating the causal elements of urban heat islands. Boundary-Layer Meteorology, v. 19, n. 1, p. 93–118, 1980.

USGS. Landsat Missions. Disponível em: <https://www.usgs.gov/core-science-systems/nli/landsat/landsat-8?qt-science_support_page_related_con=0#qt-science_support_page_related_con> . Acesso em: 19 jul. 2021.

VELOSO, H.P.; RANGEL, F.; LIMA, J.C.A. Classificação da vegetação brasileira, adaptada a um sistema universal. Rio de Janeiro, IBGE, 1991.

VOOGT, J. A.; OKE, T. R. Thermal remote sensing of urban climates. Remote Sensing of Environment, v. 86, n. 3, p. 370–384, 2003.

ZHOU, D. et al. Satellite remote sensing of surface urban heat islands: Progress, challenges, and perspectives. Remote Sensing, v. 11, n. 1, p. 1–36, 2019.

Downloads

Publicado

05-09-2023

Como Citar

SANTOS, F. F. dos; LIGUORI, I. N.; ARAUJO, J. M. de; BORGES, M. A.; MONTEIRO, L. M. Anomalia térmica em cidade de médio porte: estudo de caso da cidade de São José do Rio Preto, São Paulo. GeoPUC, Rio de Janeiro, Brasil, v. 15, n. 29, 2023. Disponível em: https://geopuc.emnuvens.com.br/revista/article/view/19. Acesso em: 13 mar. 2025.

Edição

Seção

Dossiê XIX Simpósio Brasileiro de Geografia Física Aplicada