A natureza enquanto mercadoria no espaço urbano da cidade do Rio de Janeiro: osbairros do Rio Comprido e de Santa Teresa
Resumen
O artigo pretende analisar como dois espaços contíguos, os bairros do Rio Comprido e de Santa Teresa, se configuram de forma tão distinta no que tange à organização espacial e ao uso da natureza como recurso, imbricado ainda, ao discurso preservacionista, no contexto da expansão urbana da cidade do Rio de Janeiro. Ocorre, na cidade, um uso diferenciado do solo urbano por parte de diversos atores, que o realizam através das práticas sociais interagidas no cotidiano, culminando numa organização socioespacial peculiar e detentora de contradições e conflitos. Como um dos elementos dessa peculiaridade, temos a paisagem constituída de fragmentos florestais concernentes ao bioma Mata Atlântica, atrelado à especificidade físico-montanhosa. Essa natureza enquanto mercadoria é valorizada ao ser preservada, isto é, o valor de uso e o valor de troca dos “bens naturais”, ainda respaldados sob as leis de mercado, são determinados para o padrão de vida urbana de acordo com estratégias imobiliárias. Assim, a conservação não quer dizer necessariamente uma conscientização relacionada aos serviços ambientais que a natureza pode oferecer. É nesse contexto que, nos dias atuais, visualmente espaços próximos se tornam tão distantes, pois o bairro de Santa Teresa, contrapondo-se ao Rio Comprido, apresenta características claramente mais conservadas, no que diz respeito à vegetação florestal, mesmo havendo a ocorrência de favelas também. Porém, exatamente nesta contradição, é possível repensar as ações e buscar alternativas, justamente ao considerar o espaço como resistência de descoberta e não só de alienação, com potencialidades de construir uma conscientização coletiva e ecológica.
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